Projeto de Filosofia do curso de Jornalismo da Faculdade Casper Libero
(1ºJOD)
Professor Dr. Dimas Künsch

Ignorantes

Histórico

sábado, 29 de dezembro de 2007

Pá de Cal

Terminando o ano, acertando os ponteiros, fechando a conta. Como o blog já tinha sido mesmo abandonado no meio corre-corre de entrega de trabalhos nos últimos bimestres só faltava o enterro oficial.
Se é de interesse de alguém todos os alunos envolvidos nesse projeto foram aprovados tanto em Filosofia como nas demais matérias. Para alegria de uns e desespero de muitos, nos aturaremos no próximo ano, quem sabe inteiro, naquele mesmo endereço abafado da Av. Paulista.

Té.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

“O mito é o nada que é tudo.O mesmo sol que abre os céusÉ um mito brilhante e mudo.” Fernando Pessoa


A representação do mito foi o tema central do mini-seminário do grupo "Cabeças bem feitas". A origem histórica foi abordada através da exibição do filme "Tróia", e do questionamento das raízes da questão. Pode se afirmar que é uma narrativa simbólica. Há dois olhares sobre esse conceito.

O primeiro: No nosso cotidiano, mesmo sem perceber, por meio de cenários hipotéticos, desenvolvemos verdades que assumimos como padrões. O sentindo que a palavra 'mito' pode ter é justamente o de expressar os fenômenos sobrenaturais que nos cercam. O Pelé é um mito para o futebol, a Gisele Bündchen um mito para as passarelas, e assim por diante... Referenciais de pessoas, fatos, ritos ou culturas, que por excelência, se destacam da média, e que nós tomamos como modelo.

O segundo:
É uma maneira deselegante para se fazer menção às crenças do senso-comum.
Por não levarem em consideração, na maior parte das vezes, o raciocínio lógico não são assumidas como verdades pela ciência, e por alguns outros grupos.

O questionamento que fica: os mitos tem, ao mesmo tempo, a função de serem referências e meras histórias, apenas para amenizar a mente do ser humano? Por que criamos os mitos?

Ignorantes, o debate está aberto!


domingo, 2 de setembro de 2007

Dando o primeiro passo


Foi no dia 23 de agosto que o grupo Olho do Tigre apresentou seu mini-seminário. Dessa vez, o tema escolhido foi o egocentrismo, sentimento que pode ser considerado inato em nós, seres humanos, mas que certamente foi reforçado pela lógica individualista incutida na sociedade atual pelo capitalismo. O grupo discorreu sobre filósofos como Martin Buber e Dalai-Lama, mas eu particularmente penso que o ponto forte do mini foi o enfoque dado à África.
O grupo começou sua reflexão mostrando a conhecida foto de Kevin Carter tirada no Sudão, na qual um abutre espera a morte de uma criança para devorá-la. Esta imagem rendeu ao fotógrafo o Pulitzer de 1994 e chamou a atenção do mundo inteiro para a questão da fome na África, mas logo começaram a chover perguntas sobre o que havia sido feito para salvar a criança. Kevin apenas tirou sua foto, tentou espantar o urubu e vendo que este ato era inútil, foi embora, deixando a criança no local. Teria ele cumprido seu dever como jornalista, levando a foto ao conhecimento do mundo sem interferir na realidade, ou será que Kevin cometeu um ato puramente egocêntrico ao se aproveitar de uma criança moribunda para se tornar um fotojornalista conhecido e ganhar um Pulitzer, sem ao menos se importar em tentar salvar a vida dela?
Talvez nunca seja encontrada uma resposta para esta questão. O fato é que Kevin foi atormentado até os últimos dias de sua vida pela imagem que o tornara famoso, e acabou se suicidando em julho de 1994. Mas, como foi dito pelo grupo, ele pode ter dado o primeiro passo para denunciar as mazelas vividas pelos africanos. Ainda falando da África, foi passado um trecho do filme Hotel Rwanda, que trata do genocídio ocorrido neste país quando a maioria da etnia hutu decide exterminar a minoria tutsi. A cena foi mostrada para ilustrar uma característica da nossa sociedade: quando lemos algum jornal ou vemos o noticiário da TV, um turbilhão de tragédias passa a frente de nossos olhos. Diante delas, podemos até nos emocionar ou fazer um comentário do tipo: "que horror", mas logo em seguida continuaremos nosso jantar como se nada tivesse acontecido.
As guerras, a fome, as doenças estão do outro lado do planeta; nosso contato com elas se dá apenas pelo noticiário. Em que nos afetarão? O que podemos fazer para mudar este quadro? Nada, dirão muitos. Este é o pensamento tipicamente egocentrista de nossa sociedade, mas felizmente nem todos partilham dele. O grupo citou exemplos de pessoas que, como Kevin Carter, também deram o primeiro passo, desde Martin Luther King até Ronaldinho, que protestou contra o racismo no futebol. Acho que com esta última citação o grupo quis dizer que não é necessário tornar-se um mártir e entrar na história para se livrar das rédeas egocêntricas que nos guiam; isto pode ser feito através de pequenas ações, gestos, protestos, denúncias, ou seja, dando-se o primeiro passo. Você já deu o seu hoje?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Curso: A Filosofia do Livre Arbítrio

A quem interessar possa, um curso na Casa Do Saber Jardins chamado "A Filosofia do Livre Arbítrio". É caro, mas os cursos de lá são muito bons, quem tiver a oportunidade não vai se arrepender!


O HOMEM É LIVRE?
Liberdade e Determinação, com Franklin Leopoldo e Silva

Dédalo e Ícaro, de Charles Paul Landon

Este curso apresenta como grandes filósofos pensaram temas como o "destino", o livre arbítrio e as escolhas do indivíduo. Os defensores do livre arbítrio acreditam que o homem é livre para direcionar a própria existência. Já os deterministas crêem que as decisões do ser humano são resultantes de influências externas e internas. O embate entre estes pontos de vista produziu uma rica discussão, que vem desde os primórdios da história da filosofia.

Aulas
Vida teórica e vida prática em Aristóteles - 03/09
Liberdade, necessidade e destino: a imagem estóica da vida - 10/09
As desventuras do livre-arbítrio em Santo Agostinho - 17/09
A vontade infinita da criatura finita: Descartes - 24/09
Razão e liberdade ou o dever de ser livre: Kant - 01/10
A fatalidade da liberdade: Sartre - 08/10

Professor: Franklin Leopoldo e Silva
Dias: Segundas-feiras, às 20h (03/09, 10/09, 17/09, 24/09, 01/10, 08/10)
Local: Casa do Saber (Jardins)
Valor: R$ 180 na inscrição + 2 parcelas de R$ 180
Inscrições pelo telefone 3707-8900. Vagas limitadas.

Franklin Leopoldo e Silva é professor titular de História da Filosofia Moderna e Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Fonte: http://www.casadosaber.com.br/

domingo, 19 de agosto de 2007

Escolhas e mais escolhas...


Foi escolhido pelo Grupo 1 um tema com enorme campo de abordagem: o livre-arbítrio. O grupo deixou bem claro o significado da palavra livre-arbítrio: Possibilidade de decidir; escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante.


Ao falar do tema o grupo começou citando o Pecado Original, onde Eva "escolhe" experimentar o fruto proibido, voltando-se para o campo da religião. Ao comentar sobre a religião uma dúvida pode aparecer em nossos pensamentos: seria a religião uma ameaça ao livre-arbítrio? Já que a religião impõe "certas regras".


Santo Agostinho fora citado por ter estudado o livre-arbítrio, assim como o conceito de liberdade indagado por Nietzsche. O grupo também apresentou imagens do filme "Todo Poderoso", para demonstrar a questão da vontade própria.


Seguir o livre-arbítrio é também saber das consqüências de suas escolhas. Um grande exemplo mostrado pelo grupo, preferindo chamá-lo de "pessoa livre-arbítrio", foi Cazuza. Criam-se os dois lados: liberdade ou displicência? O ideal seria o livre-arbítrio somado ao bom senso.


Após o término da apresentação os integrantes do Grupo 1 convidaram o restante da sala para debaterem sobre o livre-arbítrio. Um tema um tanto quanto polêmico e difícil de ser tratado.


Assim termino meu breve comentário a respeito do mini-seminário do dia 16 de agosto de 2007.


Um grande abraço aos ignorantes.

Imagem retirada do site www.bemnanet.com.br.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Livre para ponderar


É preciso pensar antes de agir, pois todo ato pessoal pode gerar uma conseqüência coletiva, negativa ou positiva. A vida em sociedade traz responsabilidades, já que muitas vezes nossas escolhas refletem e interferem na vida alheia, e as leis – morais, éticas, jurídicas – existem para mediar as relações dos indivíduos e prezar pela organização e pelo respeito mútuo.

Por outro lado, nada mais justo do que poder fazer o que quiser, afinal, cada um cuida da própria vida como bem entender. As decisões são pessoais, e diferem de acordo com a visão das pessoas: o que fazer com sua vida, seu corpo, seu dinheiro, sua família, sua casa, é dever e problema exclusivamente seu. Soltar-se das amarras que limitam nossas ações é uma maneira de viver plenamente a liberdade: o livre-arbítrio como regra absoluta e indiscutível.

Há diversas maneiras de pensar o assunto, mas tudo o que fazemos causa reações, e é nelas que precisamos pensar para tomar decisões e fazer escolhas. A vontade pode, ou não, superar o bom senso, mas, no final, apesar das leis e limitações, somos livres para fazermos o que quisermos... e também para lidar com as conseqüências.

Refletindo sobre a liberdade de escolha, o Douta Ignorância decidiu aprofundar-se no tema, pesquisando sobre religião, filosofia, história.

O que é o livre-arbítrio? Como podemos usá-lo? O que pensaram os estudiosos sobre ele? Há limites para a liberdade de escolha quando vivemos em sociedade? Será que não somos nós que cerceamos nossa própria liberdade? Se não houvesse leis, nós respeitaríamos tanto o próximo e os outros elementos da sociedade (governo, bens públicos etc.)?

Este debate não se dará apenas na apresentação de hoje, até porque nunca caberia em 30 minutos, e nem pretendemos que caiba. Apenas lançamos uma semente de idéia e pensamento para que todos reflitam sobre o livre-arbítrio e seu papel na vida de cada um e de todos.

Crédito da imagem: www.cidadaodomundo.org

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"Não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade. A verdade, porém, tem apenas um vestido de cada vez e só um caminho, e está sempre em desvantagem"

Robert Musil em O Homem sem Qualidades

(colado do blog do jornalista Reinaldo Azevedo)