Projeto de Filosofia do curso de Jornalismo da Faculdade Casper Libero
(1ºJOD)
Professor Dr. Dimas Künsch

Ignorantes

Histórico

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

“O mito é o nada que é tudo.O mesmo sol que abre os céusÉ um mito brilhante e mudo.” Fernando Pessoa


A representação do mito foi o tema central do mini-seminário do grupo "Cabeças bem feitas". A origem histórica foi abordada através da exibição do filme "Tróia", e do questionamento das raízes da questão. Pode se afirmar que é uma narrativa simbólica. Há dois olhares sobre esse conceito.

O primeiro: No nosso cotidiano, mesmo sem perceber, por meio de cenários hipotéticos, desenvolvemos verdades que assumimos como padrões. O sentindo que a palavra 'mito' pode ter é justamente o de expressar os fenômenos sobrenaturais que nos cercam. O Pelé é um mito para o futebol, a Gisele Bündchen um mito para as passarelas, e assim por diante... Referenciais de pessoas, fatos, ritos ou culturas, que por excelência, se destacam da média, e que nós tomamos como modelo.

O segundo:
É uma maneira deselegante para se fazer menção às crenças do senso-comum.
Por não levarem em consideração, na maior parte das vezes, o raciocínio lógico não são assumidas como verdades pela ciência, e por alguns outros grupos.

O questionamento que fica: os mitos tem, ao mesmo tempo, a função de serem referências e meras histórias, apenas para amenizar a mente do ser humano? Por que criamos os mitos?

Ignorantes, o debate está aberto!


domingo, 2 de setembro de 2007

Dando o primeiro passo


Foi no dia 23 de agosto que o grupo Olho do Tigre apresentou seu mini-seminário. Dessa vez, o tema escolhido foi o egocentrismo, sentimento que pode ser considerado inato em nós, seres humanos, mas que certamente foi reforçado pela lógica individualista incutida na sociedade atual pelo capitalismo. O grupo discorreu sobre filósofos como Martin Buber e Dalai-Lama, mas eu particularmente penso que o ponto forte do mini foi o enfoque dado à África.
O grupo começou sua reflexão mostrando a conhecida foto de Kevin Carter tirada no Sudão, na qual um abutre espera a morte de uma criança para devorá-la. Esta imagem rendeu ao fotógrafo o Pulitzer de 1994 e chamou a atenção do mundo inteiro para a questão da fome na África, mas logo começaram a chover perguntas sobre o que havia sido feito para salvar a criança. Kevin apenas tirou sua foto, tentou espantar o urubu e vendo que este ato era inútil, foi embora, deixando a criança no local. Teria ele cumprido seu dever como jornalista, levando a foto ao conhecimento do mundo sem interferir na realidade, ou será que Kevin cometeu um ato puramente egocêntrico ao se aproveitar de uma criança moribunda para se tornar um fotojornalista conhecido e ganhar um Pulitzer, sem ao menos se importar em tentar salvar a vida dela?
Talvez nunca seja encontrada uma resposta para esta questão. O fato é que Kevin foi atormentado até os últimos dias de sua vida pela imagem que o tornara famoso, e acabou se suicidando em julho de 1994. Mas, como foi dito pelo grupo, ele pode ter dado o primeiro passo para denunciar as mazelas vividas pelos africanos. Ainda falando da África, foi passado um trecho do filme Hotel Rwanda, que trata do genocídio ocorrido neste país quando a maioria da etnia hutu decide exterminar a minoria tutsi. A cena foi mostrada para ilustrar uma característica da nossa sociedade: quando lemos algum jornal ou vemos o noticiário da TV, um turbilhão de tragédias passa a frente de nossos olhos. Diante delas, podemos até nos emocionar ou fazer um comentário do tipo: "que horror", mas logo em seguida continuaremos nosso jantar como se nada tivesse acontecido.
As guerras, a fome, as doenças estão do outro lado do planeta; nosso contato com elas se dá apenas pelo noticiário. Em que nos afetarão? O que podemos fazer para mudar este quadro? Nada, dirão muitos. Este é o pensamento tipicamente egocentrista de nossa sociedade, mas felizmente nem todos partilham dele. O grupo citou exemplos de pessoas que, como Kevin Carter, também deram o primeiro passo, desde Martin Luther King até Ronaldinho, que protestou contra o racismo no futebol. Acho que com esta última citação o grupo quis dizer que não é necessário tornar-se um mártir e entrar na história para se livrar das rédeas egocêntricas que nos guiam; isto pode ser feito através de pequenas ações, gestos, protestos, denúncias, ou seja, dando-se o primeiro passo. Você já deu o seu hoje?