Projeto de Filosofia do curso de Jornalismo da Faculdade Casper Libero
(1ºJOD)
Professor Dr. Dimas Künsch

Ignorantes

Histórico

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O inicio da vida







Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade foi o tema de uma audiência pública realizada na ultima sexta-feira (20/04) no Supremo Tribunal Federal. Os ministros ouviram um certo grupo de cientistas e deverão emitir um veredicto, em breve, sobre a questão: “quando começa a vida humana?”. Se a decisão tomada for a de que um embrião de poucas células é um ser vivo com status de pessoa, a lei que protege os estudos de células-tronco com embriões humanos sofrerá alterações, deixando muitos cientistas aborrecidos.
A pesar de se tratar de um assunto envolvendo diversas questões morais e éticas, nenhum filósofo foi convidado a depor. Em entrevista concedida ao jornal FOLHA DE S.PAULO, o professor do de filosofia da USP, Maurício de Carvalho Ramos comenta: "Aqueles que estão engajados em pesquisa científica avançada já abdicaram do problema da [definição da] vida faz tempo... A ciência estuda sistemas biológicos materiais e a resposta de o que vem a ser vida é metodologicamente posta de lado.".
A proibição das pesquisas é defendida pelo ex-procurador-geral Claudio Fonteles e pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil. Não se poderia tratar de um tema tão polêmico sem se levar em conta as opiniões religiosas, mas não se pode, na opinião de Maurício de Carvalho, tomar alguma decisão apenas pelo ponto de vista da Igreja: "Se o critério para escolha daquelas pessoas foi o vínculo delas com alguma religião, qualquer conclusão a que o debate chegue vai ser inconveniente".
Em meio a tantas contradições, fica claro que a decisão tomada pelo STF servirá apenas para a definição de leis, pois, enquanto o tema não for discutido mais a fundo, levando-se em conta a opinião de filósofos e sociólogos ou até mesmo o voto popular, a decisão tomada pelos ministros não poderá ser considerada “humanamente” justa.
A polêmica seguirá e cada um continuará tendo suas próprias opiniões sobre o tema, afinal é muito difícil de chegar a um conceito comum sobre qual a vida que vale mais: a dos doentes que necessitam dos tratamentos beneficiados pela pesquisa, ou a dos embriões em formação. Segue o duelo entre as chamadas “vidas potenciais”.

2 comentários:

**Arícia** disse...

aê andré, você analisou muito bem a questão...mas queria saber qual é a sua opinião! eu sou a favor das pesquisas...

André Cruz disse...

Valew Arícia! Então, eu também sou totalmente a favor das pesquisas, embora ainda acredite que outros meios, de se obter essas células-tronco, devam ser explorados pois assim a polêmica não seria mais necessária.